Budismo
AS PRINCIPAIS CARATERÍSTICAS DO ZEN
Podemos dizer que o Budismo é a religião-filosofia formada em torno dos ensinamentos de Buda. Apresenta-se ele dividido em um grande número de correntes, englobadas em duas grandes escolas: o Mahayana ou Escola do Sul e o Hinayana ou Escola do Norte. O Zen Budismo pertence ao Mahayana. "Zen", uma corruptela do chinês "Ch'an", que é por sua vez uma corruptela do sânscrito "Dhyana", é uma palavra japonesa para expressar aquela - Sabedoria - Compaixão - Força que esta alem de todas as palavras e não pode ser confinada no mais amplo "ismos". É a luz nas trevas da ignorância, a Vida que esta dentro de todas as formas cambiantes e perecíveis. É, ao mesmo tempo, a Vida, a Verdade e o Caminho.
Essa luz ou Sabedoria é o alvo do misticismo e o Objetivo de todas as religiões. Todas elas tratam de uma Realidade Última que esta alem da mudança e da agitação dos "opostos". O Zen, entretanto, usa da meditação para atingir esse plano de consciência inigualável. O Zen Budismo, na medida em que ele é uma forma de Budismo, pode ser comparado com outras tentativas de levantar uma ponte do irreal até o real, mas o Zen, como um caminho direto, súbito e imediato para a Sabedoria, é único, na historia e no estado presente das experiências espirituais. Evita ele a engrenagem da filosofia, a meditação da religião e os esquemas práticos de ritual. ele sobe, com mãos vazias, do nível da vida cotidiana até as alturas da sabedoria espiritual. O esforço é terrível e os resultados imensuráveis. Todo o processo se desenrola dentro da Mente, que sendo uma parte da Mente Total, já esta iluminada, em certo sentido.
O Zen é ao mesmo tempo o conhecedor e o conhecido. É também o fator que une o Dois no Um, destruindo ao mesmo tempo o apego ao Um. É um Caminho para a Verdade e não um conjunto de fatos sobre a Verdade.
Na realidade, o Zen é incomunicável. O Zen traduzido nos termos e no aparato do intelecto deixa de ser o verdadeiro Zen. A transmissão do Zen é pois algo muito difícil. Criações do intelecto, como filosofia e matemática, podem ser transmitidas de mente para mente, através das pontes do intelecto. Mas o Zen está alem do intelecto e os instrumentos deste, palavras ou diagramas, são inúteis para transmiti-lo.
O Zen pertence ao plano da intuição e da experiência. Nós não podemos compreendê-lo, só podemos senti-lo e experimentá-lo. Para que isso seja possível, os Mestres recomendam a pratica do "Zazen", (meditação com as pernas cruzadas) que vem a ser explicada mais adiante.
O Zen está em tudo. Tradicionalmente, é considerado uma religião, mas as pessoas não interessadas em religião poderão perfeitamente encará-lo como um treinamento físico e mental.
De uma maneira geral, podemos definir a religião como algo que nos proporciona a paz de espírito. Geralmente as religiões proporcionam essa paz de espírito através de um ponto de apoio representado por um ou mais deuses. No Budismo, porém, procura-se esse ponto de apoio não em um deus exterior a nós, mas em algo dentro de nós que poderíamos chamar de Verdadeiro Eu. E no Zen, o próprio eu é posto de lado.
O Zen difere pois bastante das demais religiões. Nelas é costume venerar os fundadores e os mestres, mas no Zen costuma-se dizer que se deve superar o Buda e os Mestres, e mesmo suprimi-los. Versos atribuídos a Bodhidarma, o mestre indiano que teria introduzido o Zen na China, no século VI, indicam muito bem a natureza do Zen:
Uma transmissão especial fora das escrituras
Nenhuma relação com palavras ou letras
Aponta diretamente à mente do homem
Uma experiência que através da intuição nos mostra nossa verdadeira natureza e nos faz viver de acordo com ela.
Fonte: Comunidade Budista Soto Zenshu da América do Sul
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