P. Há um karma que é um karma construído pela cultura, pelo meio, pelos condicionamentos, teria um outro karma que vem junto com a carga genética?
R. Há, há karma coletivo da própria humanidade nós chamamos isto, uma construção filosófica que aconteceu no Zen depois do século I, que é o conceito de (alaya vijnana ) consciência depósito universal. Tudo está depositado numa consciência e nós participamos dela, como você mesmo está explicando, simultaneamente você só nasce no Brasil porque tem karma para ser brasileiro, se você tivesse karma para ser terrorista teria nascido na Faixa de Gaza, por exemplo, então é uma questão de que nós nos manifestamos no lugar que nos atrai, cultivem o karma aqui e este karma vai levar você na próxima manifestação para se manifestar naturalmente num lugar com estas oportunidades, não me liberto vou continuar me manifestando. Onde eu queria nascer? Ah, eu queria nascer numa família que me desse acesso ao Dharma, é isto que eu queria, nascer numa família que desde criança me desse acesso ao Dharma, que eu não fosse conhecer na vida adulta, certamente eu já tinha karma para nascer de um pai que era vegetariano, tinha uma série de condutas afins, e por isto fui nascer filho dele, isto é aquilo que nós estamos acumulando aqui. Na hora da morte aquele tipo de mente que vocês tiverem construído é este tipo de mente que vai determinar a próxima manifestação karmica deste karma que vocês construíram, não serão vocês, vocês não se lembram do que foi a identidade passada, vocês são outra identidade agora, mas nesta manifestação passada todos os impulsos básicos já estavam presentes, todos os que vocês sentiram na infância, na adolescência , é aquilo que vocês construíram antes.