Budismo
O eu morre todos os instantes
P. Mas esse também é um processo de morte...
R. É e não é, se nós dizemos que é um processo de morte pareceria thanatos, pareceria a coisa negativa, triste, uma vez uma psicóloga, amiga minha disse: mas você se veste de preto? Isto é deprimente...eu não sinto que é deprimente, em absoluto eu não sinto isto, não sinto que este preto do zen é deprimente porque ele é tão misturado com branco, e esta cor significa tradicionalmente dignidade, abdicação, esquecimento de si, não querer aparecer, é a cor mais fechada, mas em absoluto não tem significado para mim de deprimente...
A cor tradicional do budismo, na realidade, desde o tempo de Buddha, é o açafrão porque Buddha juntou tecidos de mortalhas, sujos de sangue, pus e cortou as partes que ainda estavam suficientemente boas, limpou tudo cuidadosamente e costurou e jogou dentro de açafrão, então o manto budista tradicional tem esta cor do açafrão, amarelo forte, na nossa tradição, na tradição Soto, o que também acontece no cristianismo os hábitos começam pretos e só depois é que eles mudam de cor...
P.É possível fazer uma analogia com a questão do ego e das ilusões, por exemplo, como se fosse uma gigantesca pedra de carvão com diamante lá dentro para ser lapidado...
R. Você leu esta imagem? Não? Esta imagem é usada no budismo, a pedra preciosa, diamante com carvão ou com barro em volta, é uma analogia fácil porque todos nós temos esta natureza búdica dentro de nós...
P. É neste sentido que o morrer não seria tão negativo, quer dizer cortar este carvão e...
R. Na verdade, em última análise, morrer é impossível ...
P. E o ego?
R. Mas este ego ele morre todos os instantes porque a mente que você estava no início do sesshin não é a mesma agora, então aquele ego, aquele conjunto de funcionamento que a gente chama ego já morreu de lá para cá então isto está acontecendo a todo tempo nós é que não percebemos ...
loading...
-
Rituais Ajudam A Igualar E Aproximar As Pessoas
Palestra em Sesshin de Goiânia [novembro de 2015 - parte 1]Eu prometi que iria falar um pouco sobre rituais, sutras e essas coisas assim. É bem oportuno, pois nós estamos aqui numa capela e tem símbolos religiosos e arquitetura bonita. Esta ideia...
-
Amamos A Nossa Identidade
Pergunta: O rakusu é uma versão do kesa? Monge Genshô: O rakusu é a miniatura do kesa. Ambos são feitos de retalhos porque a lenda é que Buda costurou retalhos para fazer o seu kesa. Há vários significados simbólicos nisso. Ele cortou os pedaços...
-
Qual é O Problema? Não Há Problema
Pergunta: - Monge Genshô, essa questão de que todos já são Budas, todos já estão iluminados, se está sentado em zazen, já é um iluminado, etc, É como a analogia de que todo mundo aqui está nu, mas está com a roupa por cima. Então, ou seja,...
-
Os Dois Tipos De Renúncia
Nós vamos comentar hoje o texto OS DOIS TIPOS DE RENÚNCIA de Keisan Jôkin. Quando Upagupta raspou a sua cabeça com a idade de 17 anos, Shanavasa perguntou a ele, “Você está deixando o lar em corpo ou mente?” No Buddhismo, há basicamente dois...
-
Ver A Ilusão
P. Fazendo uma analogia se botássemos uma pessoa para assistir um filme, ela ficasse vendo este filme, depois entrasse neste filme e diante da tela branca para forçar a... Monge Genshô: Forçar a ver a ilusão toda que está dentro, porque você fica...
Budismo