Budismo
Satori - O nono estágio
(continuação)
No nono estágio, voltando à fonte, “basta que surja alguém da condição “nem boi nem homem”, para saber que ele voltou simplesmente à fonte. Num simples estalo a pessoa já se encontra no cálido e brilhante sol da primavera com as rosas que florescem, os pássaros cantando e a gente cochilando sobre a relva. Se alguém se fixar bem na cena, perceberá que é o mesmo mundo velho que viu ontem. As ladeiras cobertas de cerejeiras em flor, os vales invadidos pelas flores da primavera, mas cada flor tem seu próprio rosto e fala com você. As coisas que ele vê, os sons que ouve, são todos Budhas. O antigo modo habitual de consciência caiu e você voltou para a terra pura.
Antes de alcançar esse estágio ele teve de passar pelo ”nem boi nem homem”. Primeiro penetrou o interior de si mesmo, uma por uma, foram se descascando as camadas da cebola até ficar reduzida a nada. Isso é o samadhi absoluto. Mas agora você está no samadhi positivo no qual a consciência está ativa. Nesse estágio de “voltando à fonte” o que se experimenta é idêntico, em certo modo, ao experimentado no terceiro estágio, “encontrando o boi”. Porém há toda a diferença do mundo no grau de profundidade.
Tem um ditado zen que diz: “sempre indo e vindo como um ioiô, do princípio ao fim”. Os logros da pessoa se aprofundam retornando repetidamente ao princípio, ao estado de principiante e logo traçando novamente o caminho já percorrido.
Deste modo, sua maturidade se torna incomensuravelmente firme. Hakuin Zenji nos diz que com mais de sessenta anos teve o satori de novo”. Nos comentários de Sekida ele diz que no estado anterior se realizou uma total e decisiva purificação da consciência e se dragaram os resíduos acumulados ao longo de incontáveis éons. “Éon” é uma palavra hindu para designar um tempo muito longo. Um “éon” é como se fosse um dia universal. Um conto antigo diz, “imaginem a montanha mais alta, de cem em cem anos, um pássaro vem com uma peça de tecido da mais fina seda e passa no topo do monte. Quando o monte estiver desgastado, um kalpa se terá passado”. Muitos kalpas formam um éon.
loading...
-
Samadhi - Kenshô - Satori
Pergunta: O que é um “kalpa”? Monge Gensho: Um “kalpa” é um termo para explicar um tempo excessivamente longo, o tempo de um mundo, mas um “éon” é um tempo de existência de uma era. São termos figurados para explicar tempos muito, muito...
-
O Círculo Vazio
(continuação) O oitavo passo tem como símbolo o círculo vazio. Nem boi, nem homem. No estágio anterior, perdeu-se o boi. Restou o homem, e você pode ter pensado que tudo terminou. Porém, agora aparece outro estágio no qual tanto o boi, como o...
-
O Kenshô Permanente
(continuação) “Perdido o boi, fica o homem”, é o sétimo passo. Agora a iluminação, o kensho, o zen mesmo, estão esquecidos. Qualquer sensação de santidade ou o maravilhoso estado mental que se experimente começará a ser um peso desde o...
-
O Décimo Passo (cont)
Festa do Hanamatsuri em Florianópolis. No décimo passo, Na cidade com mãos auxiliadoras, “nos mostra um homem em uma feira, se misturando ao mundo. A imagem mostra um homem gordo, barrigudo, despreocupado, quem sabe um Osho (título do monge com...
-
O Oitavo Passo (cont)
O oitavo passo tem como símbolo o círculo vazio, Nem boi nem homem. “No estágio anterior,Perdido o boi, resta o homem você pode ter pensado que tudo terminou. Porem agora aparece outro estágio no qual tanto o boi como o homem são esquecidos....
Budismo