Zen e artes marciais
Budismo

Zen e artes marciais



Imagem de Manjushri Bosatsu com a espada que corta as ilusões em suas mãos.

P: Como se explica a ligação entre o zen e as artes marciais se o budismo é avesso a violência?

R: O zen budismo , onde pôde, inflenciou a cultura amenizando-a, transformando-a, Isshin Sensei explica bem em seu blog (link ao lado):


Do blog de Monja Isshin Sensei:

Os dois ideogramas da palavra “Bu-dô” juntos significam “o caminho” (dô) de “deter a violência” (bu). O ideograma “bu” representa duas lanças cruzadas e uma pessoa sentada com a palma da mão levantada fazendo o sinal “pare”. Transmite a idéia de “parar com as lutas”. O ideograma “dô” significa “caminho espiritual”.
Algumas pessoas questionam a associação do Budô com o Zen Budismo, embora, de acordo com a tradição, tanto um quanto o outro já estavam vinculados ao Primeiro Ancestral Mestre Bodhidarma, no Templo Shaolin, na China antiga.

O Budismo nunca pregou a violência – sempre pregou as consequências cármicas de todos os nossos atos. A aproximação dos Samurais japoneses com o Zen se deu principalmente depois a unificação do Japão, com o início da era Tokugawa, ou Período de Edo (1603-1867) – uma longa era de paz. Os Samurais, antes guerreiros, passaram a ser policiais e burocratas e, agora com condições de cultivar a espiritualidade e o caráter, as técnicas marciais (Bu-jutsu) se transformaram em artes marciais (Bu-dô), caminhos espirituais. Mais ainda, um templo budista acolhe a todos, sem discriminação nenhuma, na esperança de transmitir os ensinamentos budistas, e também levar a Paz e a Tranquilidade a todos. Assim, os monges receberam os samurais japoneses na antiguidade, da mesma forma que hoje em dia recebem policiais e militares, junto com profissionais de quaisquer outras áreas – sem discriminação.

Os ensinamentos do Budô buscam o cultivo da ‘espada que dá vida’ – a força interior que permite ‘vencer’ um conflito sem a necessidade de luta ou violência. Em tal situação, não há ‘vencedor’, nem ‘derrotado’, e a harmonia é reestabelecida. No treinamento Zen Budista, na Cerimônia de Combate do Darma, é usada uma espada simbólica e, quando o Mestre pergunta: ‘Para quê vai usar essa espada?’, o aluno responde: ‘para dar vida!’



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