Budismo
Escuridão fundamental
O que é?
Escuridão fundamental é a incapacidade de enxergar ou reconhecer a verdadeira natureza da vida. Também conhecida como ignorância fundamental ou ignorância primordial.
O que é a verdadeira natureza da vida?
O Budismo Nitiren considera o estado de Buda como a verdadeira natureza da vida. Uma vez que ela está presente em tudo, todos possuem essa natureza.
A Iluminação Universal
O princípio da Iluminação Universal afirma que todos possuem a natureza de Buda, por isso, devem ser respeitados como tal. E mais, todos podem atingir a iluminação.
Ritmo fundamental
Quem ignora esse fato vive na escuridão fundamental. Por fim, sofre, pois não consegue viver de acordo com o ritmo fundamental da vida.
Acreditar é suficiente?
Acreditar que “eu sou buda” não é suficiente. Ter fé nesse princípio significa vivê-lo, colocá-lo em prática. Se uma pessoa se portar como um buda em sua vida diária, ela é uma pessoa de fé que vive de acordo com o princípio da Iluminação Universal.
Liberdade
O Budismo define felicidade absoluta como uma vida que desfruta liberdade total e está no ritmo perfeito com a Lei Universal.
Assumindo as rédeas
Essa liberdade refere-se a uma vida livre das correntes do carma e que não é surpreendida pelas mudanças do destino. Nessa condição, a pessoa assume as rédeas da própria vida e decide seu rumo, inspirada pela sabedoria proveniente dessa Lei Universal. Uma pessoa se torna buda ao despertar para seu potencial de mudar a realidade e conduzir outras pessoas a fazer o mesmo.
Como viver nesse estado de liberdade?
Basta vencer a escuridão fundamental. Em resumo, a escuridão fundamental cega a pessoa para a verdade de que ela é um buda. E impede que ela veja que os outros também são. Por isso, as ações baseadas na escuridão fundamental levam ao sofrimento e à infelicidade.
Dois grupos de pessoas
Identifica-se a escuridão fundamental em aspectos corriqueiros da vida diária. Mas, fundamentalmente, pode-se dividir as pessoas ignorantes da verdade da Iluminação Universal em dois grupos.
O primeiro grupo
Quando uma pessoa sofre em meio às lamentações, não consegue imaginar que ela mesma é um buda. Ela se sente incapaz de contribuir para que outros também despertem para essa verdade. Isso porque, ou ela se sente inferior e incapaz, ou simplesmente só tem olhos para as próprias dificuldades.
O segundo grupo
Quando tudo corre às mil maravilhas, a pessoa não vê necessidade de atingir o estado de Buda. Ou ela ignora as pessoas ao redor por se sentir superior, ou foca simplesmente em desfrutar suas boas circunstâncias de vida.
O ponto em comum
O que as pessoas desses dois grupos têm em comum é o fato de ignorarem que elas mesmas e as pessoas ao redor são budas.
Tendência religiosa
Dessa forma, elas tendem a buscar religiões que permitam-nas transferir a responsabilidade de sua Iluminação, salvação ou felicidade para algum ser transcendental exterior a ela.
Maus sacerdotes
Isso é uma grande oportunidade para que surjam maus sacerdotes e maus religiosos. Eles se aproveitam da situação para se colocarem como intermediários entre as pessoas e os seres supremos. E, além disso, propagam ensinos que ignoram o principio da Iluminação Universal com o objetivo de manter as pessoas dependentes deles.
A origem das perseguições
Se uma pessoa resolver propagar um ensino que se baseia na Iluminação Universal, ela irá contra esse modo de vida estabelecido, que ignora a verdade de que todos são budas. Consequentemente, enfrentará perseguições.
Por quê?
Porque todos aqueles que vivem na escuridão fundamental tentarão proteger seu modo de vida. Os maus sacerdotes, por exemplo, querem sustentar a relação de dependência com seus adeptos. Já as pessoas dos dois grupos preferem viver na ignorância para não se darem ao trabalho de assumir a responsabilidade pela própria vida.
A conquista da felicidade
Portanto, não se trata de uma disputa religiosa e sim de uma questão de conquistar a felicidade e estabelecer uma sociedade pacífica e próspera. Pois, quando as pessoas ignoraram seu potencial de mudança, ignoram também as questões políticas, sociais, econômicas e ambientais. Isso porque, tanto quem sofre quanto quem está “bem” só tem os olhos voltados para a própria sobrevivência. Os maus sacerdotes e maus governantes lucram com essa situação e, logicamente, não têm interesse em mudá-la.
Fonte: Jornal BS
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