Budismo
O Ego à flor da pele
 
 

Tão sensíveis somos, tão a flor da pele está nosso ego, que  é fácil com uma única palavra ferir, perturbar, causar desconforto, causar atrito e quebra de harmonia. 
Tanta insistência temos no seshin para não  falar, porque  quando fazemos uma observação a alguém ou quando respondemos a alguém, automaticamente ai se criou uma tensão. E essa tensão redunda  na quebra de harmonia. Quando quebramos a harmonia, sentimos nosso ego ferido ou inflado, nosso orgulho tocado, e instantâneamente   nos perdemos e voltamos mais profundamente para o vício do eu. E quando presos neste redemoinho, com nosso eu exacerbado, não podemos mais ver a unidade de todo o universo, não podemos mais ser um com as ondas do mar lá fora, não podemos ser ondas no zazen, não podemos ser chuva caindo no jardim, não podemos ser a unidade da sangha comendo juntos, meditando juntos, sofrendo juntos,  porque de repente nos tornamos eus  separados. 
Esta vida, aqui, esta sala, é uma sala de sonhos, nós somos seres de sonhos, estou falando para seres de sonhos, palavras de sonhos, estamos perdidos nos nossos eus exatamente neste momento, só um profundo despertar nos levaria a  escapar disso e sentir a unidade  de todas as coisas, e aqueles  que sentem  a unidade, não podem ser  feridos, não podem ser perturbados, não há lugar onde o orgulho possa se agarrar, onde a vaidade possa se localizar porque não há nenhum suporte pra ela, nosso eu é o gancho no qual se pendura o orgulho, a vaidade e a sensibilidade. É sobre isso que Bodhidharma estava falando quando disse “vazio” e quando disse não há nada de sagrado, nesse mesmo momento ele integrou todas as coisas, porque ao mesmo tempo este chão é profano, ao mesmo  tempo este chão é sagrado. Não há nada de sagrado no mundo, não há nada que não seja sagrado, nem o menor grão de arroz, nem a menor porção de molho perdida dentro da tigela na nossa refeição de oryokis (refeição nas tigelas dos monges), por isso a lavamos com água quente e bebemos a água, porque tudo é sagrado.
 Trecho de palestra no Hossenshiki de 2008. Monge Genshô 
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