O mal e o bem, o bom e o mau
Budismo

O mal e o bem, o bom e o mau




P:  Uma vez foi dito que nossa prática começa no nível da virtude até atingir o nível da compaixão. Quais são as etapas desde o nível da virtude?

Monge Genshô – Essa é uma forma didática de divisão.

A primeira é a prática da virtude e por isso tem regras como não matar, não roubar, não causar sofrimento, não usar substâncias que alterem a consciência. Como não temos o conceito de pecado, no entendimento budista, esses preceitos ou regras têm como objetivo a diminuição do sofrimento, tanto seu como de outros seres.

Depois de praticar desta forma por muito tempo, temos o segundo estágio que é o desenvolvimento de uma mente compassiva. Quem tem  mente compassiva não precisa das regras, pois matar, roubar e causar sofrimento não lhe é natural, e quanto mais cresce sua compaixão mais ela se estende a todos os seres e até mesmo as plantas, pedras e rios.  Para ele não existe a opção de causar sofrimento, ele tudo faz para evita-lo, na verdade vai mais fundo do que as próprias regras agindo com desprendimento e sentindo a dor dos outros como se fosse sua.

O terceiro estágio é o da não dualidade, onde não existem julgamentos e há equanimidade. Porém, não se pode cogitar a equanimidade sem passar pelos estágios anteriores. Algumas pessoas conhecem o Zen, começam a praticar e ler livros e querem falar sobre a não dualidade ou declarar que não existe o mal e o bem, que não há pessoas más nem boas,  que é impossível ser bom ou mau. Isto é ter entendimento zero sobre o caminho budista. A não dualidade é o desenvolvimento de uma mente não classificatória nem discriminativa, mas ela engloba os passos anteriores e só pode surgir em uma mente que já foi tomada inteiramente pela compaixão a tal ponto que a distância "eu e os outros" desapareceu, é ainda mais profunda que a mente compassiva. Ninguém que não tenha passado pelos estágios anteriores pode falar sobre não dualidade.




loading...

- As Três Formas De Caminho
Aluno: É certo dizer que o vazio é amor? Monge Genshô: Não está certo dizer que “o vazio é”, porque isso seria dar a ele uma realidade. Amor é um sentimento que, mesmo que seja uma forma muito elevada, ainda inclui eu aqui e o outro lá. “Eu...

- As Regras, O Zen, O Tempo
 (continuação) Bom, a prática espiritual é constituída dessas coisas. Aumento da nossa consciência e aumento da percepção dos outros, o que acontece com os outros, como os outros sentem. E quem sou eu realmente como eu sinto, ao invés...

- Nem Eu Nem Outro
Pergunta – Como ter uma compreensão clara de coisas boas, por exemplo, de compaixão e generosidade? O Senhor estava falando que não existe um “eu” para sentir raiva, mas então quem é o “eu”’ que realiza atos de compaixão e generosidade?...

- De Que Tudo Está Vazio?
Mesmo assim essa unidade não diz, eu sou a unidade. A unidade é vazia completamente de um eu, por isso o conceito de vazio torna-se tão importante no budismo. Porque, de que as coisas estão vazias? As coisas, todos os fenômenos, nós, somos vazios...

- A Não Dualidade E A Virtude
Praticantes em um dia de zen em Itajaí SC, houve palestras, meditação e projeção do filme sobre a vida de Dogen Zenji. P: Se o Sutra do Coração da Sabedoria diz que não há eu e os outros, como entender a vilência no mundo, as vítimas e os...



Budismo








.