Budismo
Kenshô, satori, nirvana
As experiências de “kensho”, as experiências místicas de despertar, são às vezes experiências fugazes, nós as temos durante um tempo curto e elas desaparecem, juntamente com seus efeitos. E mesmo que possamos ter enxergado as coisas como elas realmente são e nos sentido invadir por uma enorme alegria, contentamento e felicidade, aquele evento torna-se uma lembrança, nós o perdemos, porque nossa prática ainda não é suficientemente forte. Chamamos assim, essas experiências de “kensho”. Experiências místicas.
Mas chamamos de “Satori” quando podemos ter experiências místicas muitas vezes, mudando a nós mesmos e, de tal maneira, que elas tornam-se acessíveis com facilidade e podem ser chamadas a qualquer momento. Quando se chega neste nível, você possui então, o “Satori”, a capacidade de estar iluminado ou de iluminar todas as coisas com uma luz clara e lúcida.
As paixões não são mais o que nos arrasta, porque nossa visão lúcida tornou tudo bem fácil de ser interpretado. Nesse estado, o Satori, há graus diferentes. Você pode obter a iluminação e ela alterar apenas alguns aspectos da sua vida, mas não todos. Pode ser uma mera lucidez, mas você pode continuar sendo movido pelas emoções normais da vida e tem que fazer algum esforço para recuperar aquela situação de iluminação. Mas o mais alto estágio, seria aquele em que tudo mudou. Seu rosto mudou, suas atitudes mudaram e suas emoções mudaram. À medida que o processo de iluminação vai se aprofundando, as emoções vão mudando até chegarmos ao ponto em que não existem mais emoções arrastando, não há mais ventos nos levando de um lado para outro. É por isso que essa situação chama-se “Nirvana”. Atingir o nirvana é não ter mais ventos nos arrastando. Nessa situação, situação de um Buda, não há sequer energia, ou karma suficiente para forçar uma nova manifestação. Você precisaria “escolher” retornar, não precisa retornar, não tem energia para retornar para esse mundo, não tem paixões suficientes para fazer com que esse mundo o atraia e, assim, não há karma suficiente para gerar um nascimento e uma identidade. (continua)
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