O DHAMMAPADA - VIGILÂNCIA OU PLENA ATENÇÃO - APPAMADAVAGGA
Budismo

O DHAMMAPADA - VIGILÂNCIA OU PLENA ATENÇÃO - APPAMADAVAGGA






Nesta seção do Dhamapada O Buddha nos mostra a necessidade da vigilância ou atenção plena para a obtenção do acesso ao Sublime Caminho e os benefícios da sua aplicação em nossas vidas.

II
VIGILÂNCIA OU PLENA ATENÇÃO - APPAMADAVAGGA

21. A vigilância é o caminho da imortalidade - Nibbana (Nirvana) (*). A negligência é o caminho da morte. Os vigilantes não perecem; os negligentes já estão como mortos.

(*)Nibbâna (sânsc. Nirvana): a Suprema Iluminação, Suprema Sabedoria; é um estado permanente de consciência desperta e liberta. Este termo significa literalmente: “sem combustível, extinto” e foi traduzido, primitivamente, por alguns orientalistas ocidentais como um estado de “aniquilação do ser”, à semelhança de uma gota d'água diluída no oceano.

Quem tenha a ventura de o atingir, longe de “se aniquilar”, converte-se numa grande força libertadora, que eternamente projeta poderosas correntes de espiritualidade sobre a Humanidade sofredora. Um estado indescritível, um estado incondicionado, fora do tempo e espaço. Veja “Resumo do Budismo”, Terceira Nobre Verdade.

22. Os que pela vigilância vêem a Verdade, sábios e sempre plenamente atentos seguem felizes no caminho dos Ariyas (Seres Nobres). (10)

10. Seres Nobres, Aryas: que entraram para os nobres Caminhos, a saber: 1) Nobre Ser que entra na Corrente - Sotapana - , iniciando seu progresso através dos planos transcendentais: 2) o que volta mais uma vez - Sakadagami (apenas mais um renascimento na Terra): 3) o que não volta Anagami: 4) o Arahant - Arahat -, que transcende todos os planos.

23. Pela meditação profunda, perseverança e infatigável energia, os sábios avançam no Caminho e, por fim, realizam o Nirvana, a suprema paz e incomparável alegria.

24. Aquele que é enérgico, atento, puro na sua conduta, que age de uma maneira refletida, que é vigilante, cuja confiança se reafirma no autocontrole, vivendo uma vida de perfeição - este homem alcançará a glória.

25. Pelo esforço, reflexão, vigilância e autodomínio, o sábio se torna uma ilha (11) jamais submersa pelas vagas.

(11) Ilha - dipa: significa segurança, no sentido figurado de estar abrigado dos perigos da sensualidade, errôneos pontos de vista, ignorância, etc.

26. Por ignorância os insensatos se entregam à negligência. Os sábios mantêm a vigilância (plena atenção) como o tesouro mais precioso.

27. Não te abandones à negligência, nem te entregues aos prazeres sensuais. Somente na vigilância e na meditação profunda reside a Suprema Alegria.

28. Quando, pela vigilância, o homem deixa de ser negligente, ele se eleva às alturas da Sabedoria e de lá, liberto do sofrimento, contempla com serenidade a multidão sofredora, como do alto um montanhês divisa a planície.

29. Vigilante entre os desatentos, desperto entre os indolentes, o sábio avança rápido como um corcel veloz que deixa após si um pobre rocinante.

30. Graças à vigilância, Indra (deus do firmamento e da chuva) conquistou o posto supremo entre os deuses. A vigilância é sempre admirada, a negligência esmoer desprezada.

31. O bhikkhu (monge) que se compraz na vigilância e desconhece o perigo da negligência avança no caminho como o fogo, queimando pequenos e grandes obstáculos. (12)

(12) Obstáculos ou grilhões - sannojanam ou samyojana: são dez os obstáculos que prendem os seres à roda da existência: 1) ilusão de um “eu”, personalidade: 2) dúvida cética; 3) apego a regras e rituais; 4) desejo dos prazeres sensuais; 5) má vontade, ódio; 6) apego a uma existência no mundo da forma; 7) apego a uma existência no mundo sem forma; 8) orgulho: 9) inquietude; 10) ignorância.

32. O que se compraz na vigilância e teme a negligência não pode se perder no Caminho: está próximo do Nirvana.


Fonte:
http://www.radionovoshorizontesfm.com/caminhodoceu/recomendo/dhammapada.pdf

Imagem: Internet Google Images



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