Sobre o capítulo décimo sexto " A Duração da Vida do Tathagata"
Budismo

Sobre o capítulo décimo sexto " A Duração da Vida do Tathagata"




Os caracteres chineses 如来寿量品 pronunciados em japonês como Nyorai juryo Hon; ou em chinês Rulai shouliang Pine; traduzidos como "A Longevidade do Tathagata" ou "A Duração da Vida do Tathagata" compõe o título do Décimo Sexto capítulo do Sutra do Lótus. Este capítulo inicia-se com O Buddha conclamando por três vezes a assembléia a compreender e acreditar em suas palavras, e por quatro vezes a Assembleia pede a Ele para ensinar. "Ouçam com atenção, diz então Shakyamuni, pois irei revelar o segredo do Tathagata e seu misterioso poder. "Ele então explicou que, mesmo todos os deuses celestes, homens, asuras e outros seres acreditando que ele alcançou pela primeira vez a iluminação nesta vida em Bodhgaya, ele realmente a alcançou a incontáveis períodos de tempo e desde sempre ele é um Buddha. Para dar uma idéia da extensão desse tempo, ele explica o conceito de gohyaku jintengo. Isso é chamado kaigon Kennon "abrir o próximo e revelar o distante." Tentar compreender através de nossas unidades de tempo a longevidade Buddha será um esforço em vão, comparando o número de eras universais (kalpas) da duração da Vida do Tathagata com o número de partículas de poeira a que fossem reduzidos um infinito número de mundos, ainda seria difícil igualar essa contagem com a unidade de tempo decorrida desde que Shakyamuni tornou-se um Buddha pois ela é mais antiga ainda. Toda a visão que temos da vida do Buddha é apenas um expediente adequado às nossas faculdades, seu corpo de manifestação, "não há nascimento nem morte, nem se retira e nem emerge, essa pessoa nem passa a residir no mundo nem move-se em desaparecimento ". O parinirvana de Buddha (sua extinção) em si é um meio expedito de levar os homens a procurar o sublime caminho da iluminação, pois se o Buddha neste mundo fosse permanente, as pessoas não irião se esforçar em entender e dar valor aos seus ensinamentos.

Para ilustrar este meio expedito, Shakyamuni faz uso de uma parábola. Um médico viaja para o exterior, durante a sua ausência seus numerosos filhos, tomam por engano uma poção que acaba por ser um veneno. Quando o pai voltou, encontrou os seus filhos sofrendo de dores terríveis. Ele imediatamente prepara o remédio apropriado. Alguns bebem e são curados, mas outros, com a mente perturbada, não. Incapaz de convencê-los a tomar o antídoto, ele decide usar um estratagema. Diz-lhes que ele deve sair e, em seguida, envia um mensageiro que anuncia a sua morte. A dor da perda do pai causa tamanha ansiedade nas crianças, que acabam assim tomando a poção do antídoto, por haver sido a última vontade do pai. Uma vez curados os seus filhos, o médico volta novamente. É o mesmo meio expedito que Buddha usa para conosco, na verdade Ele nunca vai embora, ele usa a força do sentimento de perda, a falta criada pela ausência, para desviar as pessoas de suas inclinações vãs e quando as condições são favoráveis, ele reaparece e está sempre pregando o Dharma.

O capítulo termina com alguns versos, essa parte é chamada
Jigage, e reafirma as importantes lições contidas na seção anterior. Ao contrário do Capítulo Hoben (II) que menciona o estado de Buddha como uma possibilidade inerente à vida de todos os seres, o capítulo Juryo (XVI) é mostrado como uma realidade manifesta na vida do Buddha Shakyamuni. A afirmação de que desde sua iluminação no passado distante, ele tem "estado sempre neste mundo, expondo o Dharma e ensinando os seres" indica que não existe nenhuma outra terra do Buddha fora deste mundo Saha. Enquanto o Capítulo Hoben (II) ensina que o estado de Buddha é inerente aos nove estados de existência (Soku Bukka Kukai), o capítulo Juryo (XVI) ensina que os nove estados de existência existem no Buddha (Bukka Soku Kukai). No Gengi Hokke, Zhiyi considera o capítulo Juryo (XVI) como a revelação dos três princípios místicos: o da causa fundamental (a causa da iluminação primordial para Shakyamuni), o do efeito fundamental (sua iluminação primordial ) e o da Terra Verdadeira (o lugar onde Buddha vive e ensina). Ele interpreta a passagem "Eu também já pratiquei austeridades como bodhisattva" como sendo uma descrição do estágio de regressão ou o décimo-primeiro de cinquenta e dois estágios da prática do bodhisattva, e define-o como a causa primordial que permitiu a Shakyamuni atingir o estado de Buddha. Para Nichiren, o capítulo é crucial, pois revela a verdadeira natureza universal e atemporal do Buddha.


Leiam então esse capítulo.


Capítulo Dezesseis: A Duração da Vida do Tathagata

Nessa altura o Buddha disse aos bodhisattvas e à grande assembleia “Bons homens, vocês devem acreditar e compreender as palavras verdadeiras do Tathagata.” E disse ainda à grande assembleia: “Deveis acreditar e compreender as palavras verdadeiras do Tathagata.” E uma vez mais disse à grande assembleia: “Deveis acreditar e compreender as palavras verdadeiras do Tathagata.”
Nessa altura os bodhisattvas e a grande assembleia, com Maitreya como líder, juntaram as palmas das mãos e dirigiram-se ao Buddha, dizendo: “Honrado Pelo Mundo, pedimo-vos que expliqueis. Nós acreditaremos e aceitaremos as palavras do Buddha.”
Nessa altura o Honrado Pelo Mundo, vendo que os bodhisattvas repetiram o seu pedido mais de três vezes, disse-lhes: “Deveis ouvir com atenção o segredo do Tathagata e os seus poderes transcendentais. Em todos os mundos os seres celestiais e humanos e os asuras acreditam que o presente Buddha Shakyamuni, após abandonar o palácio dos Shakyas, sentou-se no lugar da prática não longe da cidade de Gaya e aí alcançou anuttara-samyak-sambodhi. Mas bons homens, foi há imensuráveis, ilimitadas centenas, milhares, dezenas de milhar, milhões de kalpas que eu de facto atingi o Buddhado.
Suponham que uma pessoa pegava em quinhentos, mil, dez mil, um milhão de nayutas de asamkhyas de mundos e os reduzia a pó. Então, dirigindo-se para Leste, a cada vez que passava por quinhentos, mil, dez mil, um milhão de nayutas de ashankyas de mundos ele largava uma partícula de pó. Ele continuava para Leste desta forma até acabar de largar todas as partículas. Bons homens, qual é a vossa opinião? Pode o número total de todos estes mundos ser imaginado ou calculado?
O bodhisattva Maitreya e todos os outros disseram ao Buddha: “Honrado Pelo Mundo, esses mundos são imensuráveis, ilimitados - o seu número não pode ser calculado nem a mente tem o poder de o abranger. Mesmo todos os ouvintes e pratyekabuddhas com a sua sabedoria livre de impedimentos são incapazes de imaginar ou compreender quão numerosos eles são. Ainda que estivéssemos no estado de avivartika, não poderíamos compreender tal soma. Honrado Pelo Mundo, esses mundos são imensuráveis e ilimitados.”
Nessa altura o Buddha disse à multidão de grandes bodhisattvas: “Bons homens, agora vou afirmar isto claramente. Suponham que esses mundos, quer tivessem ou não recebido uma partícula de pó eram uma vez mais reduzidos a poeira e que cada partícula representa um kalpa. O tempo que passou desde que eu atingi o Buddhado ultrapassa este número em centenas, milhares, dezenas de milhar, milhões de nayutas de asamkhyas de kalpas.
Sempre desde então eu estive neste mundo Saha, pregando a Lei, ensinando e convertendo, e guiei e beneficiei os seres viventes em centenas, milhares, dezenas de milhar, milhões de nayutas de asamkhyas de terras.
Bons homens, durante este tempo eu falei através do Buddha Tocha Ardente e outros, e descrevi como eles entraram no nirvana. Tudo isto eu utilizei como um meio expedito para estabelecer distinções.

“Bons homens, se os seres viventes vêem ter comigo, eu emprego a minha visão Búddhica para observar a sua fé e para ver se as suas outras faculdades são apuradas ou não, e então, dependendo de quão receptivos à salvação eles estão eu apareço em diferentes lugares e prego para eles sob diferentes nomes, e durante o período de tempo em que os meus ensinamentos serão mais eficientes. Por vezes, quando faço a minha aparição, digo que estou prestes a entrar no nirvana, e emprego também diferentes meios expeditos para pregar a subtil e maravilhosa Lei, fazendo assim os seres viventes despertarem as suas mentes radiantes.
Bons homens, o Tathagata observa como entre os seres humanos existem aqueles que se deleitam numa Lei menor, de virtude escassa e pesados de impurezas. A essas pessoas eu descrevo como na minha juventude eu deixei a vida familiar e alcancei annutara-samyak-sambodhi. Mas na verdade, o tempo que passou desde que eu atingi o Buddhado é extremamente longo, tal como te disse. É somente um meio expedito que eu utilizo para ensinar e converter os seres viventes e levá-los a entrar na via do Buddhado. É por isto que eu falo desta forma.
Bons homens, as escrituras expostas pelo Tathagata têm todas o propósito de salvar e emancipar os seres viventes. Por vezes falo de mim, por vezes de outros; por vezes apresento a mim, por vezes a outros; por vezes mostro as minhas próprias acções, por vezes as dos outros. Tudo quanto eu prego é verdadeiro e não falso.
Porque faço isto? O Tathagata percebe o verdadeiro aspecto do triplo mundo tal qual ele é. Não existem quaisquer marés de vida e morte e não há qualquer existência neste mundo nem posterior extinção. Não é nem substancial nem vazio, nem consistente nem diverso. Nem é aquilo que os que vivem no triplo mundo entendem que é. Todas essas coisas o Tathagata vê claramente e sem erro.
Porque os seres viventes têm diferentes naturezas, diferentes desejos, diferentes acções e diferentes modos de pensar e fazer distinções, e porque eu quero capacitá-los a plantarem boas raízes, emprego uma variedade de causas e condições, metáforas, parábolas e frases para pregar diferentes doutrinas. Assim, nunca por um momento eu negligenciei o trabalho dos Buddhas.
Assim, desde que eu atingi o Buddhado, um período de tempo extremamente longo passou. A minha vida tem uma duração de um imensurável número de ashamkyas de kalpas, e durante esse tempo eu residi constantemente aqui sem nunca entrar em extinção. Bons homens, originalmente eu pratiquei a via do Bodhisattva, e a duração de vida que eu adquiri aí está ainda longe de chegar ao fim e durará o dobro do número de anos que já passaram. Agora, no entanto, ainda que eu de facto não entre em extinção, eu anuncio que vou adoptar o curso da extinção. Isto é um meio expedito que o Tathagata usa para ensinar e converter os seres viventes.
Porque faço isto? Porque se o Buddha permanecer no mundo por um longo período de tempo, aquelas pessoas de vistas estreitas deixarão de plantar boas raízes e, vivendo na pobreza e na solidão, ficarão apegadas aos cinco desejos e acabarão presas na rede dos pensamentos e imaginações ilusórios. Se eles virem que o Tathagata está constantemente no mundo e nunca entra em extinção, eles tornar-se-ão arrogantes e egoístas, ou ficarão desencorajados e negligentes. Eles não perceberão quão difícil é encontrar o Buddha e não se aproximarão com uma mente respeitosa e reverente.
Por isso, como um meio expedito o Tathagata diz: “Monges, deveis saber que é muito raro viver num tempo em que um Buddha apareça no mundo.” Por que age ele assim? Porque as pessoas de escassa virtude podem passar centenas, milhares, dezenas de milhares, milhões de Kalpas conseguindo alguns deles ver um Buddha e outros nunca vendo nenhum. Por esta razão eu lhes digo: “Monges, o Tathagata é raro de encontrar.” Quando os seres viventes ouvem estas palavras, eles percebem quão difícil é encontrar o Buddha. Nas suas mentes eles abrigarão um anseio e estarão sequiosos de verem o Buddha, e então, eles esforçar-se-ão por plantar boas raízes. Daí que o Tathagata, ainda que na verdade não entre em extinção, fala em passar à extinção.
Bons homens, os Buddhas e Tathagatas pregam todos uma Lei como esta. Eles actuam por forma a salvar todos os seres viventes, por isso, o que eles fazem é verdadeiro e não falso.
Suponham, por exemplo, que existia um médico hábil que, sábio e conhecedor, sabia compor remédios para todos os tipos de doenças. Ele tinha muitos filhos, talvez dez, vinte ou mesmo cem. Ele ausentou-se para outra terra muito longe para tratar de qualquer assunto. Após a sua partida, as crianças beberam um tipo de veneno que as fez desesperar de dor e caírem por terra.
Nessa altura o pai regressou a sua casa e descobriu que as crianças tinham tomado veneno. Algumas estavam completamente fora de si, enquanto outras não. Vendo o seu pai ao longe, elas rejubilaram de alegria e ajoelharam-se e suplicaram-lhe: “Que bom que voltas-te são e salvo. Nós fomos descuidados e por engano tomamos veneno. Rogamo-te que nos cures por forma a que possamos viver!”
O pai, vendo as suas crianças sofrerem assim, seguiu várias receitas. Juntando boas ervas medicinais que reuniam todos os requisitos de cor, fragrância e sabor, moeu-as, agitou-as e misturou-as. Dando uma dose a cada um dos seus filhos, ele disse-lhes: “Este é um remédio muito eficaz, reunindo todos os requisitos de cor, fragrância e sabor. Tomai-o e rapidamente ficareis aliviados dos vossos sofrimentos e livres de todas as doenças.”
As crianças que não tinham perdido o seu juízo podiam ver que esta era um bom remédio, excelente em cor e fragrância, de modo que o tomaram imediatamente e ficaram curados de toda a doença. Aqueles que estavam fora de si ficaram igualmente encantados por ver o seu pai regressar e rogaram-lhe que curasse a sua doença, mas quando receberam o remédio recusaram-se a tomá-lo. Porquê? Porque o veneno tinha penetrado profundamente e as suas mentes já não funcionavam como antes. Por isso, ainda que o remédio fosse de cor e fragrância excelentes, eles não perceberam a sua qualidade.
O pai pensou para si: minhas pobres crianças! Devido ao veneno que tomaram, as suas mentes estão completamente confusas. Apesar de estarem alegres por me verem e me peçam que as cure recusam-se a tomar este excelente remédio. Tenho de recorrer a qualquer meio expedito para os levar a tomar o remédio. Então ele disse-lhes: “Vós deveis saber que eu estou velho e acabado, e a hora da minha morte chegou. Vou deixar este bom remédio aqui. Deveis tomá-lo sem se preocuparem se ele vos vai curar ou não” Tendo dado estas instruções, retirou-se para outra terra de onde mandou um mensageiro aos seus filhos com a notícia da sua morte.
Nessa altura as crianças, ouvindo dizer que o seu pai as tinha deixado e morrido, ficaram cheias de dor e consternação e pensaram para si: se o nosso pai estivesse vivo ele compadecer-se-ia de nós e estaríamos protegidos. Mas agora ele abandonou-nos e morreu num qualquer país distante. Somos órfãos desprotegidos sem ninguém em quem confiar!
Constantemente imbuídos destes sentimentos de dor, recuperaram finalmente os sentidos e viram que o remédio era de facto excelente em cor, fragrância e sabor, e assim eles tomaram-no e ficaram curados dos efeitos do veneno. O pai, ouvindo dizer que as suas crianças estavam curadas, regressou de imediato a casa e apareceu-lhes novamente.
Bons homens, qual é a vossa opinião? Pode alguém dizer que este hábil médico é culpado de mentir?”
Não, Honrado Pelo Mundo.”
O Buddha disse: “É o mesmo comigo. Passaram imensuráveis, ilimitadas centenas, milhares, dezenas de milhar, milhões de nayutas de ashamkyas de kalpas desde que eu atingi o Buddhado. Mas pelo bem dos seres viventes eu emprego o poder dos meios espeditos e digo que estou em vias de passar à extinção. Em vista das circunstâncias, no entanto, ninguém pode dizer que sou culpado de mentiras ou falsidades.”
Nessa altura, o Honrado Pelo Mundo, desejando expor uma vez mais o sentido das suas palavras, falou em verso, dizendo:
Desde que alcancei o Buddhado
o número de kalpas que passaram
é de imensuráveis centenas, milhares,
dezenas de milhar, milhões,
triliões, ashamkyas.
Preguei constantemente a Lei, ensinando, convertendo
incontáveis milhões de seres viventes,
fazendo-os entrar na via do Buddhado,
tudo isto por kalpas imensuráveis.
De modo a salvar os seres viventes, como um meio expedito
eu aparento entrar no nirvana
mas na verdade não entro em extinção.
Estou sempre aqui pregando a Lei.
Estou sempre aqui,
mas através dos meus poderes transcendentais
faço com que os seres viventes na sua confusão
não me vejam mesmo estando por perto.
Quando a multidão vê que eu passei à extinção,
por toda a parte oferecem esmolas às minhas relíquias.
Todos abrigam sentimentos de ansiedade
e nas suas mentes estão sequiosos por me ver.
Quando os seres viventes se tornaram realmente fieis,
honestos e rectos, de intenção branda,
desejando concentradamente ver o Buddha,
sem hesitarem mesmo que lhes custe a vida,
então eu e a assembleia de monges,
aparecemos no Pico da Águia Sagrada.
Nessa altura eu digo aos seres viventes
que estou sempre aqui,
sem nunca entrar em extinção,
mas devido ao poder dos meios expeditos
umas vezes pareço estar extinto, outras não,
e se noutras terras existirem seres viventes
que sejam reverentes e sinceros no seu desejo de acreditar,
então também entre eles eu prego a Lei insuperável.
Mas vocês não ouviram nada disto,
por isso julgam que eu entrei em extinção.
Quando eu olho para os seres viventes,
vejo-os afogados num mar de sofrimento;
por isso eu não apareço, fazendo-os ansiar por mim.
Então, quando as suas mentes estão cheias de ansiedade,
eu apareço por fim e prego-lhes a Lei.
Assim são os meus poderes transcendentais.
Durante ashamkyas de kalpas,
residi constantemente no Pico da Águia Sagrada
e em vários outros lugares.
Quando os seres viventes presenciam o final de um kalpa
e tudo é consumido num grande fogo,
a minha terra permanece segura e tranquila,
repleta constantemente de seres celestiais e humanos.
Os vestíbulos e pavilhões dos seus jardins e bosques
são adornados com vários tipos de jóias.
Árvores de jóias , abundantes de flores e frutos,
onde os seres viventes se comprazem ávontade.
Os deuses batem os tambores celestiais
produzindo vários tipos de músicas.
Chovem flores de mandarava,
espalhando-se sobre o Buddha e a grande assembleia.
A minha terra pura não é destruída,
no entanto a multidão vê-a consumida pelo fogo,
cheia em toda a parte de ansiedade,
medo e outros tormentos.
Estes seres viventes,
com as suas várias faltas,
através de causas originadas pelas suas más acções,
passam ashamkyas de kalpas sem ouvirem o nome das Três Jóias.
Mas aqueles que praticam acções meritórias,
que são brandos, pacíficos, honestos e rectos,
todos eles me verão aqui em pessoa,
pregando a Lei.
Por vezes, eu descrevo a esta multidão
a duração da vida do Tathagata como imensurável,
e àqueles que apenas vêem o Buddha
após um longo período de tempo
eu explico como é difícil encontrar o Buddha.
Tal é o poder da minha sabedoria
cujos raios sagazes brilham sem medida.
Esta duração de vida de incontáveis kalpas
obtive-a mediante uma longa prática.
Vós que sois dotados de sabedoria,
não deveis manter quaisquer dúvidas sobre este ponto!
Libertai-vos delas, dai-lhes um fim para sempre,
porque as palavras do Buddha são verdadeiras e não falsas.
Ele é como um hábil médico
que usa um meio expedito para curar os seus filhos transtornados.
Apesar de estar vivo, ele faz constar a sua morte,
no entanto ninguém pode dizer que ele falou com falsidade.
Eu sou o pai deste mundo,
salvando aqueles que sofrem e estão aflitos.
Devido à confusão das pessoas comuns,
apesar de estar vivo, eu anuncio que entrei em extinção.
Porque se elas me vissem constantemente,
a arrogância e o egoísmo apareceriam nas suas mentes.
Abandonando a contenção,
entregar-se-iam aos cinco desejos
e cairiam nos caminhos malignos da existência.
Estou constantemente consciente dos seres viventes
que praticam a via e daqueles que o não fazem,
e em resposta às suas necessidades de salvação
prego para eles várias doutrinas.
Em todas as ocasiões penso para mim mesmo:
Como posso fazer os seres viventes entrarem na via insuperável
e obterem rapidamente o corpo de um Buddha?



Fontes: Les Etudés de Nichiren;  O Sutra do Lótus do Maravilhoso Dharma, Tradução de João Rodrigues



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